Vítima ou vilão: O tiroteio discursivo entre Lúcio Flávio, O Passageiro da Agonia (1977) e Eu Matei Lúcio Flávio (1979)

O texto de Vítima ou vilão surge de uma reflexão crítica em torno de um aspecto furioso da produção do cinema brasileiro nos anos 1970: a resiliência de um fazer cinematográfico que recusa “se instalar na falta de esperança que cercou a agonia” do Cinema Novo, retomando o comentário inspirador de Paulo Emilio Salles Gomes em Cinema: trajetória no subdesenvolvimento. Flertando com as estéticas do filme noir e do cinema marginal, os romances-reportagem e as narrativas do jornalismo sensacionalista tensionadas pelas pressões políticas e sociais do ambiente da ditadura militar brasileira, as apropriações da figura do marginal elevadas à potência de ícone da cultura pop e da mídia, o texto de Brum realiza uma crônica do cinema brasileiro fundamental para compreender um momento histórico que nos ensina a importância e urgência de resistir. E seguir contando histórias. 

— Patrícia Rebello da Silva