As rodas culturais se configuram, em grande medida, como eventos independentes, sem aportes financeiros ou institucionais, marcadas pelo encontro de diferentes grupos e múltiplas atividades: recebem MCs para disputar batalhas de rimas, dançarinos de break, grafiteiros, artistas circenses, reús de xarpi, entre outros. É possível contabilizar mais de cem rodas culturais que, semanalmente, fazem uso das ruas e praças públicas de diversos bairros cariocas. Entretanto, percebe-se que elas vêm ao longo dos anos sofrendo uma série de repressões por parte do poder público e, ainda, conflitos e disputas permeiam e constituem as relações, seja com os moradores do entorno ou entre os próprios produtores e frequentadores. Nessa direção, busco estudar os diferentes usos dos espaços onde se estabelecem as rodas culturais, que os produtores culturais e frequentadores qualificam como uma forma de “resistência cultural”. Proponho pensar os sentidos da noção de “resistência cultural” e a forma como esse conceito molda o comportamento e as ações dos seus organizadores e frequentadores em sua relação com agentes públicos, moradores e outros atores sociais: contra o que e como eles “resistem”? De que forma eles negociam com os diversos agentes (moradores, vizinhos, polícia, prefeitura)? A Roda Cultural de Olaria se revelou, assim, como um importante lugar para a realização desta pesquisa. Nela, especialmente, observa-se uma série de situações nas quais as práticas e discursos de “resistência cultural” ganham destaque.
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