Para que estudar se no final todo mundo vai morrer? Experiências de enlutamento no cotidiano escolar de jovens pretxs

Descrição

Qual o sentido da escola para jovens que vivem o luto decorrente de mortes violentas?

 Este livro busca compreender o cotidiano escolar de jovens pretxs impactadxs pelo processo de luto decorrente da morte de entes queridos envolvidos com o tráfico de drogas. A abordagem adotada é qualitativa, de cunho fenomenológico-interpretativo e situada em campo educacional, intercruzando procedimentos etnometodológicos. O estudo utiliza técnicas como amostragem aleatória, questionário, entrevista individual, grupo focal, além da observação, da escuta e da percepção – estas, habilidades imprescindíveis para lidar com assuntos tão dolorosos em interlocução com pessoas em tenra idade. A convivência com xs coparticipantes da pesquisa se deu num período de aproximadamente dois anos, inclusive durante o desenrolar da pandemia de Covid-19, o que trouxe camadas ainda mais profundas aos temas de morte, medo e luto. No percurso deste estudo, foi realizado um mapeamento do ambiente escolar enquanto espaço sociocultural de apoio ou de obstáculo para educandxs em processo de enlutamento. Procurou-se entender como essxs jovens pretxs vivenciam as emoções decorrentes das perdas de entes queridos, incluindo as estratégias por elxs utilizadas no processo de elaboração do luto diante de dilemas sobre permanência escolar. Assim, mobilizou-se a identificação de redes de solidariedade, conteúdos e estratégias pedagógicas acolhedoras, bem como a construção de uma perspectiva pedagógica em diálogo com descobertas, indagações e inquietações surgidas nas narrativas dessxs jovens.