Não existe pretérito perfeito

Descrição

“Foi dependurado depois no pau de arara, com as mãos algemadas à frente das pernas com uma barra de ferro, que trabalhava no vão entre pernas e braços, na qual ficava suspenso no ar, de cabeça para baixo. Os choques, além dos efeitos conhecidos, aumentavam as secreções intestinais e uretrais. O objetivo era arrancar as secreções corpóreas, para que fosse tirada a vergonha de sua desumanização, qual um animal dependurado para a morte, violentado de maneira cruel atendendo aos instintos sádicos dos torturadores. Quando desejava a morte, parecia que os torturadores diminuíam os suplícios, para que não perdessem o objeto de seu desejo perverso. Era um jogo cruel, no qual ele era o objeto dos prazeres dos jogadores, em disputa pelo gozo no sofrimento do outro. Novas perguntas paravam no olhar pétreo que encobria a dor. Desmaiou algumas vezes, quando desejava a morte que não vinha."