Jogadas insólitas

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Amadorismo e Processo de Profissionalização do Futebol Carioca (1922 - 1924)

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Autor: Hugo da Silva Moraes
Ano: 2014
Gênero: Futebol
ISBN: 9788582736326
Páginas: 204
Selo: Multifoco

Descrição

Sempre quando há um caso de racismo no futebol, os meios de comunicação e o próprio senso comum trazem à tona a história do C.R. Vasco da Gama e a sua suposta luta contra o preconceito racial. O curioso é que, mesmo tendo como referência outros negros que já atuavam em clubes cariocas, como Francisco Carregal, que jogou pelo Bangu em 1905, o mito fundador da luta contra racismo recaiu sobre a equipe cruzmaltina dos “camisas negras”. 

Formada por indivíduos de origens modestas, a brilhante equipe vascaína derrotou os principais times da cidade, conquistando assim o campeonato carioca de 1923. Ameaçados pelo sucesso dos “camisas negras”, os clubes mais aristocráticos reformularam as regras esportivas, limitando a participação desses tipos de jogadores nos torneios da cidade. Em resposta a esse ato, dirigentes do Vasco da Gama, redigiram uma carta, defendendo os seus atletas e se desligando oficialmente da Associação Metropolitana de Esportes Atléticos (AMEA), liderada pelas entidades mais distintas do futebol carioca em 1924.

Mediante esse episódio, a historiografia especializada procurou analisá-lo com maior profundidade. De fato, houve uma resistência vascaína às novas regras impostas pelos clubes mais aristocráticos. Contudo, em momento algum, os jornais da época – até mesmo a famosa carta redigida pelo Vasco da Gama - apontaram claramente o suposto caso de racismo. 

Dando continuidade aos estudos iniciados na década de 1990, o livro “Jogadas Insólitas: Amadorismo e Processo de Profissionalização do Futebol Carioca” procurou responder uma série de questionamentos antes suplantados pelo mito racial. Para isso, foi necessária uma análise mais ampliada dos fatos ocorridos entre os anos de 1922 e 1924, deslocando o foco antes fixado sobre os “camisas negras” para a sociedade e para os demais clubes do futebol carioca dessa época. 

Mais que apontar a existência de uma tensão racial, a crise do futebol carioca ocorrida em 1924, desencadeada pela conquista cruzmaltina em 1923, o presente trabalho nos revelará uma série de contradições sociais ligadas ao acesso restrito à educação, ao preconceito social e ao universo do trabalho. E, mais do que isso, mostrará que as disputas clubísticas revelavam uma mudança significativa nesse esporte e que, o futebol aristocrático, fidalgo e fundamentalmente amador, perdia espaço para um futebol popular, espetacularizado e em franco processo de profissionalização.