Homofobia na Militância de Gays e Lésbicas do Brasil

Descrição

É possível imaginarmos que militantes do dito movimento LGBT possam ser homofóbicos consigo mesmos e entre si? Se for possível imaginar, por que isso aconteceria? O que estaria permitindo a estas pessoas serem atravessadas justamente por aquilo que elas combatem com sua voz, sua palavra, seu corpo, seu olhar, enfim, suas vidas? Não são questões de respostas fáceis. Sensível à circulação da homofobia em segmentos do Movimento LGBT, o trabalho de Tânia Pinafi, com propriedade, inteligência e sofisticação empreende uma “cartografia genealógica” das relações entre os militantes LGBT do Estado de São Paulo, para descobrir assimetrias, desigualdades, misoginia e outras formas de obscurantismo das diferenças. Porém, não se restringe a isso! A autora tratou também de elaborar respostas às perguntas levantadas a partir das linhas de subjetivação produzidas no contexto sempre conflitante das relações entre lideranças LGBT e o campo social nos quais elas surgiram. Trata-se de leitura indispensável às pessoas interessadas em conhecer o registro das narrativas de lideranças LGBT marcadas pelo ideal de uma sociedade sem descriminação por orientação sexual, identidade de gênero, machismo, misoginia e desigualdade entre os sexos. Aprende-se com esta leitura que o campo de combate à homofobia localiza-se na dobra entre o mim e o outro, o que torna a estrada em direção ao arco-íris longa porque intensa, e dolorosa porque quanto mais a percorremos mais deixamos de acreditar em conquistas fáceis, em projetos de vida a nós vendidos como pacotes de viagem para existências fúteis, superficiais, estėreis, dogmáticas. Findamos a leitura deste livro acreditando que, apesar de tudo, "viver, amar, ser diferente" sempre valerá a pena! 

Prof. Dr. Fernando Silva Teixeira Filho 

Revisão de Letícia Rosa Batista