GASTROPHODA

Descrição

Gastrophoda: na solidão em silêncio

O homem, feito lesma, busca sentidos. na entropia das coisas, anda pelas brechas para si encontrar. vive, assim como morre. deixa rastros… na via dos espaços corroídos; se refaz a todo tempo, renasce. nas ruínas - onde toda palavra é dúvida. curvado ao chão, sob o céu. vela pelas cinzas. então, vagarosamente, se detém; nas lacunas. de esperas & demoras que condizem com o passo lento - a experiência do íntimo para leitura de nós. e é no outro que si vemos. a possibilidade. um compasso na proximidade de percorrer caminhos - evoca a fenomenologia existencial do encontro. nesse meio, significa os gastrópodes, como fonte e poço. corpo duplo; ambíguo sobre os opostos. de habitar por entre rachaduras, extremos, profundidades sem fim. lugares que apenas um molusco pode chegar - na torção. pois, é preciso rastejar, sentir o mundo ao redor. pela aspereza delicada das texturas. no seco, no úmido, no escuro e no amor que há. em cada pedra, folha, jardim e universo. no horizonte, a sua casca, tem o caracol a sua casa, o peso. um eterno espiral de retornos. seja o passado, faça se presente, torne-se futuro. só(mos) em ciclos. a cada nomear defronte o abismo da linguagem. percorrendo as entranhas para ser. no ínfimo desejar. as durezas e os deslizamentos. um livro para se ler com calma, na solidão em silêncio, o reflexo.