Cine Guaraci: um filme nunca morre
Tainá Andrade
Quando a realidade é produzida de forma a segregar e excluir determinadas vivências, localidades e pessoas, são trabalhados diferentes mecanismos por aqueles que se indignam com a narrativa nas quais são postos como inferiores e não merecedores. Neste livro, o Cine Guaraci, palácio cinematográfico de Rocha Miranda, subúrbio carioca, é a motriz da mudança no sistema de apagamento e marginalização vigente na cidade-mercadoria que é o Rio de Janeiro. Percorre-se, então, desde a inauguração do cinema, sendo percebidas não apenas as histórias que o espaço viveu, como também os modos de uso pertinentes a ele; resultando, por conseguinte, nos movimentos em defesa do uso cultural da antiga sala de exibição. Como o Cine Guaraci contou com mobilizações ininterruptas – são elas a Associação de Amigos do Centro Cultural Cine Guaraci, o Movimento Cultural Pró Cine Guaraci e o Movimento Cine Guaraci Vive –, ainda antes do encerramento das atividades cinematográficas, e ultrapassando a abertura de uma loja de departamento no prédio, enxerga-se a relevância de contar sobre ele. Portanto, Rocha Miranda, o cinema pomposo que ali viveu, os frequentadores que a ele iam e os movimentos que fazem com que o prédio ainda viva são postos em destaque nestas páginas, e ganham voz para destrinchar uma existência que, de tanto afastamento, torna-se resistência.
Autor:
Tainá Andrade
Ano:
2024
Gênero:
Acadêmico
ISBN:
978-65-5611-338-8
Páginas:
222
Selo:
Multifoco