As formas que dão o avesso

Descrição

As formas que dão o avesso?

 Escrever não é dar limite a uma fotografia ou ao espaço em branco do papel, escrever é registrar com mais sentimentos o que está acontecendo, e isto com muito gozo e radicalizando os versos. Nem tudo que nos cerca é erótico, mas tudo que está no círculo humano pode ser tratado com erotismo. Observe as linhas e curvas do metrô, olhe adiante das montanhas. Nem tudo que está acima dos céus ou debaixo da terra é careta. Estamos cercados de erotismo e fascinações. Esta é uma coletânea que mescla sentidos poéticos diferentes, produzindo, assim, um livro extremamente livre de qualquer preconceito ou definição. Aqui estão poetas que na verdade são mais do que simples poetas: são fotógrafos de um espaço em branco em busca de traços. Nós somos, na verdade, elaboradores do espaço, dando uma superfície e um extremo para fatos reais que passam agora a ter um contato com a irrealidade do mundo. Sim, somos poetas em busca de explicar ou até simplificar a existência. 

Aqui estão vinte poetas de diferentes lugares do Brasil, que juntos começam a marcar um ajuntamento e demonstração de linguística. Uma imagem poética sob a realidade dura brasileira. É um brilho posto em cada página que está dividida por poetas. Nesta coletânea, somos um enorme corpo rumo ao emaranhado universo da escrita. Afrontando agora as linhas imaginárias que dividem a realidade e a ficção, dando início e ao mesmo tempo exterminando o que deve ser jogado para fora. Um rosto que se multiplica em uma multidão voraz por rimas e silêncio. 

São poemas que vão produzindo sentimentos esquecidos, fotografias amadoras, crônicas poéticas escritas em verso, paranoias e observações. Devaneios justificados através da escrita. A isto, eu dou meu louvor: a cada um sua forma de ver. E, mesmo que enxerguemos iguais, vemos que os detalhes podem ser elaborados e conjugados diferentes. É muito belo. Tão bela e reluzente observação dentro ou fora das linhas, seguindo ou não uma rima, construindo ou não sintaxe.

E, no mesmo momento que estamos falando sobre fragilidade, estamos montando e remontando as formas que vemos essas fotografias. O ato da corrupção é uma fragilidade pouco argumentada. Por que falar sobre corrupção de imagem? Estamos parados observando o mundo e suas transformações. E esta coletânea é a prova disso: as muitas visões do mesmo mundo e sentimento, transformados em milhares de verbos e conjugativos diferentes. E o avesso dá o mesmo formato da forma. Olhe e preste atenção. As formas dão o avesso do mundo. Rasgue, remonte, cole e copie.